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A dualidade entre a cultura japonesa e ocidental.

Autor: Fernando Ikeda

Quando pensamos no ensino do Judô nos deparamos com um grande desafio – ensinar os elementos culturais, que fomentam e embasa o Judô. É indiscutível a necessidade da transmissão desse conhecimento, pois fornecem significados aos gestos, costumes e tradições pertinentes ao “universo judoístico”.

A cultura de um povo é distinta, oriunda de sua história, constituição social, entre diversos fenômenos amplamente estudados pelas Ciências Humanas. O presente texto não objetiva discutir ou traçar os diversos processos para a constituição cultural de um povo e finalmente chegar às bases que originaram o Judô. Ao invés disto levaremos à tona o questionamento acerca da importância do ensino dos elementos culturais japoneses, para dar significado sob o contexto do Judô.

Temos na cultura japonesa algo que nos encanta e por conseguinte nos atrai, ao mesmo tempo temos elementos contrastante à nossa cultura. São estes elementos contrastantes que requerem maiores cuidados e observações, por exemplo: quando pensamos no cumprimento que realizamos no Judô – curvando-se – , sob a ótica do japonês vemos respeito, cumplicidade, confiança. O mesmo não ocorre se pensarmos sob a visão do ocidental, que o ato do curva-se ganha conotação de submissão ou inferioridade.

Partindo do exemplo anterior, fica claro sobre o real significado do cumprimento, uma vez que conhecemos o seu significado. No entanto, poderíamos obter significados totalmente contrários se não considerássemos a cultura original do Judô e consequentemente descaracterizando a arte e ferindo seus elementos invariantes.

A falta ou lacunas dos conhecimentos sobre a cultura japonesa podem gerar associações indevidas e, ou a reprodução de movimentos mecanizados, sem qualquer significado, à longo prazo descaracterizando o Judô.

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